Gays são agredidos em novo caso na região da Paulista
31 janeiro 2011
Um estudante de 27 anos afirmou que ele e
um amigo foram vítimas de mais um ataque homofóbico na região da
Avenida Paulista, na madrugada de terça-feira, aniversário de São Paulo.
Com esse, são pelo menos cinco casos desde 14 de novembro, quando
quatro adolescentes e um jovem de 19 anos cometeram agressões na mesma
avenida.
Por volta das 4 horas, Fábio (nome
fictício) e o amigo caminhavam na Rua Peixoto Gomide, quase na esquina
com a Rua Frei Caneca, quando ele levou uma garrafada no olho direito. O
estudante conta que não viu os agressores se aproximarem. Ao tomar a
garrafada, ouviu o amigo que o acompanhava gritando para que corresse. O
outro rapaz levou um soco no peito e notou que um dos agressores tinha a
cabeça raspada, outro tinha tatuagens, e que todo o grupo vestia roupas
pretas – seriam skinheads.
Fábio é homossexual e mora na zona
oeste. Seu marido está na Alemanha, onde casaram – o país permite a
união entre pessoas do mesmo sexo. Ele diz estar convicto de que o
ataque teve motivação homofóbica porque as roupas que usa e a entonação
da voz indicariam sua orientação sexual. Ele lamenta o fato e diz não
compreender a motivação para agressões gratuitas como as que têm
acontecido na região da Paulista. “Não sei se isso é estimulado por
comportamento familiar, programas na TV… Não sei interpretar o que
acontece na cabeça da pessoa para ter um comportamento desse tipo”,
afirma.
Após a agressão, Fábio correu para um
posto de gasolina com sangramento no olho e no rosto. Foi nesse momento
que o estudante teria, pela primeira vez naquele dia, o sentimento de
desamparo. Não foi atendido pelos funcionários do posto quando pediu
água e um pano para limpar a ferida.
O amigo tentou ligar para a polícia, mas
não foi atendido. Fábio então procurou a base móvel da Polícia Militar
na Paulista, nas proximidades com a Rua Haddock Lobo. Ele se queixa que
os policiais não chamaram reforço para tentar buscar os agressores.
“Pelo jeito, pensaram que tinha sido uma briga de balada.” As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Site do Estadão
http://paradiversidade.com.b
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