Atitude LGBT Social

sábado, 29 de janeiro de 2011

História da Homossexualidade - Parte 2
Por Arthur Virmond de Lacerda Neto
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HISTÓRIA DA HOMOSSEXUALIDADE II

(Súmula do capítulo 3 de “Born to be gay. História da homossexualidade”, de Willian Naphy).

Em Creta antiga, a superpopulação resultou, como forma do seu controle, na instituição dos contactos sexuais entre homens. Lá surgiu a pederastia (relação entre um rapaz e um homem mais velho), que difundiu-se pelas demais ilhas gregas e originou tendências politicamente libertárias, motivo porque os tiranos empenharam-se por erradicá-la.

O amor entre homens constituía um elemento importante da cultura grega antiga, em que o amor, o afeto e a amizade entre eles importava mais do que os laços conjugais.

Dentre os gregos, os eleatas interessavam-se vivamente pela beleza masculina e os tebanos mantinham o Batalhão Sagrado, constituído por 150 pares de amantes, cujo destemor Platão explicou: batiam-se mais do que os soldados comuns, para evitarem a desonra diante do respectivo amado: a homossexualidade correspondia a uma virtude militar.

Em Atenas, a homossexualidade achava-se institucionalizada sob forma da relação pederástica, ou seja, de amizade e de educação entre um homem mais velho (erastes) e um adolescente (erômenos), em que o primeiro era aprovado pela família do segundo, a quem servia como amigo e educador, a mera sexualidade desempenhando um papel secundário.

A literatura grega enfocava as relações homossexuais, como nas peças de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes e foi apenas a cristianização forçada do império romano que a eliminou, após haver existido por mais de um milênio.

Em Roma, admitia-se a penetração do cidadão romano em um adolescente, um escravo ou um prostituto, porém não a posição de súcubo do primeiro após cerca de 19 anos, até que a influência grega liberalizou os costumes romanos.

Suetônio, na sua biografia dos imperadores romanos, aponta-lhes as atividades sexuais, que excediam as conjugais e que permite a conclusão de que, entre os romanos, admitia-se o papel ativo e censurava-se o passivo.

Havia, em Roma, várias designações pejorativas do passivo, sendo mais usuais as de cinedus e de catamito.

Do cristianismo provém uma alteração das mentalidades e os critérios intelectuais da condenação, crescente, da homossexualidade e de qualquer atividade sexual estéril. Ele formulou quatro opiniões: 1ª- a de que a homossexualidade ligava-se ao comportamento de certos animais, reputados como impuros, a saber, a lebre, a hiena, a doninha; 2ª - a de que a homossexualidade relacionava-se com o politeísmo, com o qual o cristianismo antagonizava; 3ª - a de que a sexualidade natural correspondia à destinada à reprodução e de que a homossexualidade era anormal no sentido de infreqüente; 4ª - a de que o papel de súcubo era vergonhoso.

A literatura hindu datada de entre 100 a. C.  e 400 d.C., reconhece o desejo sexual masculino, o feminino, o homossexual e o bissexual, reconhecimento que se mantém nos séculos posteriores. Por sua vez, a literatura médica da Índia, nos dois primeiros séculos da nossa era, identifica o a passividade, o sibaritismo (efeminamento de homossexuais), a felação, o lesbianismo, a mixoscopia (volúpia na observação da atividade sexual alheia): o pensamento hindu observava a realidade, não a transformava em tabu, e de modo algum considerava desfuncionais estas manifestações. Sacataian, no século 8º, admite a mutabilidade da sexualidade humana, quanto ao seu objeto.

Muito conhecida no Ocidente, o “Kama Sutra” indiano trata da volúpia e sobretudo da felação entre homens, como o tipo mais difundido de atividade homossexual.

Na China, nos dois primeiros séculos da era cristã, os imperadores mantinham relações bissexuais, fora de qualquer consideração depreciativa, da parte da sociedade.

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