Atitude LGBT Social

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Rio teve 600 denúncias de agressões contra gays em apenas um ano

 


A violência contra o jovem de 19 anos baleado no último domingo, após a Parada Gay em Copacabana, trouxe à tona a questão da violência contra homossexuais no Rio. Só nos últimos 12 meses, o programa Rio Sem Homofobia, do governo do estado, registrou 600 denúncias de agressões. Os dados foram levantados através de denúncias feitas à polícia e a instituições de defesa dos direitos humanos.

Ao todo, segundo o Rio Sem Homofobia, 2 mil ocorrências de violência contra homossexuais foram computadas no último ano. Dessas, 3 em cada 10 são casos de homofobia, como constrangimento, agressões verbais e até físicas.

O Rio é o primeiro estado do país a incluir a homofobia como possível motivo de agressão no registro de ocorrências em todas as delegacias legais.

Grupo Arco-Íris
Secretário do grupo LGBT Arco Íris, Felipe Gomes contou que também já foi vítima de proconceito e chegou a ser expulso de um ônibus depois de tentar defender os direitos de um cadeirante.

“Eles levantaram automaticamente e começaram a me agredir, me xingando de palavras de baixo calão relativas à minha sexualidade, dizendo que eu era isso e aquilo, que não era homem para defender ninguém. Comecei a discutir com eles e pedi ao motorista que parasse para chamar a polícia e eles me pegaram pelo braço e disseram: 'esse gay vai descer'. O ônibus parou, abriu as portas e me jogaram para fora”, lembra ele.

Em nota, o Arco-Íris pede investigação rigorosa do caso do estudante que foi baleado no último domingo. Ainda segundo o grupo, um homossexual é assassinado a cada dois dias em virtude de sua orientação sexual.

Jovem acusa militares
Segundo o estudante, antes de ser baleado ele teria sido ofendido e xingado por militares. O rapaz contou também que os agressores teriam dito ainda que “se pudessem, eles mesmos matariam cada um dos gays, porque para eles esta seria uma ‘raça desgraçada’".

O jovem disse ainda que estava com amigos no parque, quando o grupo foi abordado pelos homens que se identificaram como militares. Um deles tinha uma pistola. O Exército nega que haja militares envolvidos.

A Polícia Civil abriu inquérito por tentativa de homicídio e vai também apurar a denúncia de crime de preconceito. O delegado responsável pelo caso informou que já encaminhou um ofício para o comando do Forte de Copacabana, que fica ao lado do Parque Garota de Ipanema. Na próxima quinta (18), ele quer ouvir todos os militares que estavam de plantão na noite do crime.

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