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     |  No ar desde 
junho do ano passado, o site "Conselheiro GLS" é uma ferramenta útil e 
gratuita para gays que desejam sair do armário. A
 página foi criada por Claudio Soares, 43, divorciado e pai de 
uma adolescente de 15 anos. Claudio trabalha no ramo de ensino de 
idiomas há mais de 25 anos e seu objetivo com o site foi "levar 
informações, esclarecimentos e abrir um canal de comunicação anônimo e 
isento de julgamentos".
 De acordo com
 seu criador, o "Conselheiro GLS" tem atualmente cerca de 305 pessoas 
cadastradas que recebem diariamente mensagens positivas sobre 
sexualidade. Na página, o internauta encontra, além das formas de 
contato para tirar suas dúvidas, uma lista de profissionais, como 
psicólogos e psiquiatras, que poderão auxiliá-lo caso necessite de 
acompanhamento especializado.
 Para 
Claudio Soares, o armário é uma "prisão mental" e o preconceito só pode 
ser eliminado com "conhecimento, nunca com a força". Confira a seguir o 
papo que tivemos com o criador do site:
 
 Como surgiu a ideia de lançar o site?A
 ideia do site surgiu em 2009, quando eu buscava desenvolver algo para 
trabalhar na internet. Queria algo que pudesse ser lucrativo e ao mesmo 
tempo prazeroso. Tive a ideia de trabalhar com ajuda a homossexuais, 
buscando levar orientação. Lembrei do meu passado, e como fiquei feliz 
em descobrir informações sobre com ser um homossexual feliz numa 
livraria em Londres, 15 anos atrás. Isso fez toda a diferença na minha 
vida. Sempre gostava de observar as pessoas nas baladas e percebia o 
mundo de tristeza expressado na maioria dos semblantes dos homens. Cada 
um no seu mundo buscando ser encontrado pela felicidade que parecia ser 
algo inexistente.
 Na sua opinião, qual é a importância da página para quem ainda não saiu do armário?O
 site busca levar informações, esclarecimentos e abrir um canal de 
comunicação anônimo e isento de julgamentos. Quem está preso nas teias 
do preconceito social, familiar e refém da sua própria homofobia tem 
muita dificuldade em procurar ajuda, seja entre amigos ou com 
profissionais. Muitos estudos revelam que é histórico o índice de 
suicídio de homossexuais, causado principalmente pela ignorância a 
respeito do que acontece com eles mesmos e ausência de ambiente 
favorável.  Estou certo de que o site pode contribuir para que 
homossexuais possam ser felizes, mesmo optando por permanecerem no 
armário, que na maioria dos casos é apenas uma prisão mental.
 
 Quais são as dúvidas mais recorrentes dos internautas que procuram o site?Há
 todo tipo de questionamento. Desde pessoas à beira do suicídio até 
solicitação de como fazer sexo anal. Todos os questionamentos são 
pertinentes vindo de pessoas que vivem nos grandes centros e pessoas de 
locais ermos. As questões mais comuns são a respeito de relacionamentos 
que estão por terminar, que terminaram de forma devastadora ou que nunca
 conseguem ter um relacionamento satisfatório. As pessoas enviam e-mails
 ou conversam por MSN. Observo que as dificuldades são muito 
semelhantes, independente do perfil sociocultural. Muito evoluímos em 
oportunidades de sexo, em espaço em mídia, mas ainda há muito a fazer 
para nossa evolução moral. Esse fator reforça o preconceito, que só 
poderá ser eliminado com conhecimento, nunca com a força.
 
 O senhor não cobra pelos aconselhamentos. De que forma consegue manter o site no ar?A
 ideia inicial era que o serviço fosse pago. Notei que as pessoas se 
afastavam ao serem abordadas a respeito de pagamento. O preço era 
mínimo, no entanto percebemos que ninguém estava disposto, queria ou 
podia pagar. Isso reflete os valores da nossa cultura. Como as pessoas 
contavam seus problemas, assumi a responsabilidade pela ajuda, pois 
acredito que se algo chegou a mim é porque de alguma forma posso 
contribuir positivamente, posso ajudar. Com isso em mente, o site passou
 a ser assistencialista, aguardando uma ideia que possa torná-lo 
financeiramente lucrativo. Mantenho o site no ar com meus recursos 
próprios, o que limita maiores investimentos e depende de apoio para 
divulgação.
 O site lembra 
que o trabalho "não substitui psicoterapia nem qualquer tratamento 
médico". Se houver essa demanda, de que forma vocês orientam os 
internautas?A psicoterapia utiliza técnicas e critérios 
próprios, inclusive não podendo ser feita por meio virtual. Quando 
percebo a necessidade de acompanhamento psicológico/médico, indico ao 
amigo que consultou o site que procure esse serviço em sua região. O 
site também oferece a possibilidade de cadastramento de profissionais 
que atuem com homossexuais. Quando a pessoa reside em região que 
conheço, solicito indicações de amigos da área da psicologia.
 
 :: Para saber mais, acesse www.conselheirogls.com.
 http://acapa.virgula.uol.com.b
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