Atitude LGBT Social

terça-feira, 17 de maio de 2011

No dia contra a homofobia, Bolsonaro provoca deputados: “quem está quieto, está no armário”

Parlamentar disse que está “se lixando” para o risco de perder votos


No dia em que a Câmara debate a luta contra a homofobia, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) voltou a causar polêmica entre parlamentares. Na tarde desta terça-feira (17), durante as comemorações do Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, na Câmara, o deputado provocou os colegas e declarou-se homofóbico.

- Quem é contra [o kit anti-homofobia] é homofóbico e quem está quieto está no armário. Se defender a família e as crianças é ser homofóbico, eu sou com todo prazer e vou acabar usando uma camiseta nesse sentido. [...] Se vou perder voto, estou me lixando pra isso.

Hoje, Bolsonaro voltou a criticar o kit anti-homofobia criado pelo MEC (Ministério da Educação) e que deverá ser distribuído nas escolas a partir do segundo semestre.

As declarações foram feitas ao mesmo tempo em que ocorria o 8º Seminário LGBT na Casa. A associação representante do movimento gay entregou um abaixo-assinado com cerca de 100 mil assinaturas em apoio ao projeto de lei que criminaliza a homofobia, o PLC 122. A proposta já foi aprovada pela Câmara em 2006 e tramita atualmente no Senado.

Bolsonaro preferiu não aparecer no auditório em que o seminário acontecia e disse para a imprensa, a poucos metros da entrada do local, que só compareceria se fosse convidado e se “tivesse segurança”. Na última sessão que discutiu o projeto que criminaliza a homofobia, o deputado bateu boca e com a senadora Marinor Brito (PSOL-AP).


O parlamentar acusou os participantes do seminário de serem heterofóbicos.

- Será que eles vão me convidar? Não vão. Têm medo. E são heterofóbicos. Quem sabe eu apresente um projeto aqui pra criminalizar a heterofobia.

Na manhã de hoje, durante o seminário, a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Manuela d'Ávila (PCdoB-PR), afirmou que a comunidade LGBT precisa estar atenta às discussões do Plano Nacional de Educação.

- É preciso que tenhamos uma escola que respeite o ser humano em sua diversidade. É preciso que a escola seja um espaço que reproduza a sociedade sem preconceitos, em que queremos viver.

A presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, deputada Fátima Bezerra (PT-RN), afirmou que entidades LGBT e parlamentares terão audiência com o ministro da Educação, Fernando Haddad, na tarde de hoje, para garantir que o projeto “Escola sem Homofobia” seja posto em prática. O kit anti-homofobia faz parte do projeto.
Fonte: R7

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