União gay é tema de debate no Mais Você
A aprovação pela união estável entre casais do mesmo sexo foi tema de debate no Mais Você
desta segunda-feira, dia 09 de maio. Ana Maria Braga recebeu o
depoimento do casal Marcelo Sampaio e Eduardo Indig. Na casa, a
apresentadora conversou com Luiz Kingel, advogado, integrante do
Instituto Brasileiro do Direito da Família.
“Qual é a diferença entre casamento civil e união estável?”,
indagou a apresentadora, ressaltando que o Supremo Tribunal Federal
aprovou a união estável entre casais gays. O estilista Carlos Tufvesson
fez depoimento ao programa comemorando a vitória dos
homossexuais. “Segundo dados, são 60 mil casais homossexuais no Brasil.
Hoje, nós, casais homossexuais, acordamos nos sentindo mais
brasileiros”, destacou o estilista.
Marcelo Sampaio contou que ele e Eduardo Indig estão juntos há
18 anos e criam Manoel Eduardo, filho do casal. “Depois que o Manoel
veio para a vida da gente, tivemos que questionar tudo. O que é bacana
com a aprovação, é que agora temos a segurança que somos vistos como
cidadãos”, opinou ele.
Na casa, Ana Maria Braga destacou quais os direitos que os
homossexuais não tinham, antes da aprovação: “Não podiam acompanhar o
parceiro servidor público transferido. Não podiam ser inventariantes do
parceiro falecido. Não tinham garantida a permanência no lar quando o
parceiro morre. Não tinham direito a figurar como beneficiário do prêmio
do seguro na falta de indicação de beneficiário. Não tinham direito a
concorrer a herança com os pais do companheiro, na falta de descendentes
destes. Não tinham direito a receber os eventuais direitos de férias e
outros benefícios do vínculo empregatício se o companheiro falecer”.
O advogado Luiz Kingel explicou as diferenças entre união
estável e casamento civil. “Se eu estiver com união estável, eu continuo
solteiro. No casamento civil, a pessoa é considerada casada”, disse. O
advogado ainda observou que a união estável garante a divisão dos bens e
dos direitos entre duas pessoas.
“A gente precisa separar namoro e união estável. Tem gente que
entra no meu escritório namorando e sai casado”, brincou Luiz. “O que
acontece com os casais modernos? Não querem morar juntos, cada um quer o
seu espaço”, revelou.
“Companheiros podem ter conta conjunta, namorados não. Quando o
casal de namorados passa a ter uma relação intensa como a de casal, eles
passam a ser tratados como casados. Quando um casal vai a um advogado e
reconhece em cartório que está só namorando, ele cai em uma união
estável, pois o namoro tem uma intensidade social e financeira
comprovada”, explicou o advogado. Luiz enfatizou, ainda, outras
situações da legislação brasileira para casais.
Sobre os filhos, o advogado ressaltou que hoje não existe mais
filho ilegítimo. “Antes, se eu não deixasse um testamento, o filho
adotivo não herdaria nada do meu patrimônio, mas isso foi superado.
Hoje, o filho adotivo tem todos os direitos garantidos”, explicou.
Ele também enfatizou que, enquanto a união estável não deixa os dois
pais (ou as duas mães) registrarem uma criança, com o casamento civil, o
filho é registrado no nome dos dois.
“Nós temos que entender a diferença entre aceitar e respeitar.
Se você não quer aceitar, não precisa, mas você tem que respeitar.
Enquanto para os casais heterossexuais não vai mudar nada, para os
casais homoafetivos vai mudar tudo”, destacou o advogado.
Em reportagem, o Mais Você também mostrou como a questão da homossexualidade é tratada em outros países.
http://maisvoce.globo.com/
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