Atitude LGBT Social

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Pela primeira vez Rede Globo envia carta em que explica sua posição sobre o beijo gay em sua programação
Rede Globo explica o porquê veta beijo gay em sua programação

Direção da Globo pela primeira vez explica os vetos aos beijos gays gravados
Direção da Globo pela primeira
vez explica os vetos aos beijos gays gravados
Luis Erlanger, diretor da Central Globo de Comunicação, enviou carta em nome de Octávio Florisbal (diretor-geral da Rede Globo), sobre a posição da emissora em relação ao beijo gay _vetado em pelo menos três ocasiões. A longa carta é direcionada a Toni Reis, presidente da ABGLT, e serve de resposta a uma carta que Toni enviou a Octávio Florisbal quando um beijo gravado na minissérie “Clandestinos” foi cortado na edição e não foi ao ar. Em sua carta, Toni Reis lembrou, ainda, do beijo gay gravado no capítulo final da novela “América”, que também não foi exibido, surpreendendo na época até a autora Gloria Perez. Mais recentemente, a Globo cortou um beijo entre duas participantes da atual edição do Big Brother, entre Diana e Michelly. A Globo nunca tinha se explicado sobre esses cortes. Até aqui.

:: ABGLT pede que a Rede Globo reveja seus conceitos e exiba beijo gay na televisão
Na carta, a direção da Globo se defende e afirma que já exibiu beijo gay duas vezes: "no último capítulo de 'Mulheres Apaixonadas', entre duas estudantes lésbicas e em 'Meus Queridos Amigos', entre dois personagens masculinos".

Mas aqui cabem duas considerações: em “Mulheres Apaixonadas”, uma das “meninas”, a atriz Paula Picarelli, estava vestida de homem (de Romeu), substituindo o ator que faria o personagem de Shakespeare na peça do colégio. E ela beijava sua namorada (interpretada por Aline Moraes), enquanto Julieta morta. Em “Meus Queridos Amigos”, um personagem gay roubava um selinho de um amigo hétero, e esse não gostou nada da “surpresa”. Isso é: nenhuma das duas cenas que a Globo se justifica em carta como sendo beijo gay não foram propriamente beijo gay, que seria um beijo entre dois homens conscientes, em foco, como são os beijos entre o galã e mocinha em qualquer novela da emissora.

O que importa em todo o texto que a Globo escreveu é, na real, seu último parágrafo: “a teledramaturgia – diferentemente das questões éticas e sociais – não é o ambiente adequado para levantar bandeiras de comportamento moral no campo da sexualidade, baseada na individualidade. Televisão é o espaço do coletivo. Sabemos o importante papel que a transgressão e o ‘politicamente incorreto’ podem muitas vezes exercer com relação ao desenvolvimento humano e a evolução da sociedade. Obras clássicas da literatura, do cinema, do teatro e tantas outras manifestações artísticas já demonstraram isto. Porém, a (livre) sensibilidade artística é a única medida possível para “dosar” ou delinear a ousadia criativa, o que vale para toda e qualquer situação ou tema. Esse desafio torna-se ainda mais difícil quando se trata de respeitar uma audiência não-segmentada, múltipla em suas expectativas e preferências”.

Trocando em miúdos: o beijo gay não vai acontecer porque ele, na opinião sincera da direção da Globo, desrespeitaria parte de sua audiência.

No início da carta, a direção da Globo afirma que “o combate ao preconceito, à discriminação e a defesa de direitos é a causa que nos une. O reconhecimento desta entidade (da ABGLT) ao papel que a Rede Globo vem cumprindo ao longo dos anos neste sentido – por meio do jornalismo, da teledramaturgia e demais programa de entretenimento – sem dúvida nos motiva a seguir trilhando este caminho, colaborando com a discussão ampla e qualificada pela sociedade e a conseqüente, mudança de atitudes e comportamentoo.”

O comentário é justo. De fato no jornalismo da emissora, em seus programas e na teledramaturgia, nunca antes assuntos ligados aos direitos LGBTs, em especial no jornalismo, ganhou tanto destaque.



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